Expectativa de 2018

No post passado carreguei um textão sobre meu (ruim) ano de 2017. Desejei que os dias que se seguissem para terminá-lo não viesse mais algo negativo. Hoje, amanheci com dor de garganta. Bom, não?

Peço desculpas antecipadas. Menti no final do post anterior; disse que voltaria neste sábado para falar de coisa boa. Na verdade não menti propositalmente. Só me esqueci do que nos aguarda 2018...

O resumo genérico de nosso 2018 é o seguinte: Após o Ano Novo, vem os impostos: IPTU, IPVA, anuidade das profissões tipo CREAs, CRQs, CROs, CRMs da vida, e se tiver filhos: matrícula, material escolar.
E então, tudo muda para outra festa e momentaneamente se esquecem destes deveres citados acima. O Carnaval vem com tudo.
No Carnaval, muita gente se endivida de novo, pois gasta para passar a semana pulando de abadá ou fantasia ao som de músicas de baixo nível, regadas à bastante álcool. Este, sempre foi o sinal mais cabal da imbecilidade brasileira: a cultura da festa como se o amanhã não existisse.
Batendo o arrependimento das bobagens que se fez no Carnaval, inclusive e mais importante, os gastos feitos, não dá um dia e a pessoa começa a discursar assim: "Eu mereci relaxar... Tenho um ano de trabalho e stress pela frente, blábláblá"...

Certo ou não, piscou e vem a tal Copa do Mundo. Momento em que tudo pára por 11 malucos analfabetos funcionais correndo atrás de uma bola. Aqui se grita e se chora por gols de um time de futebol mais do que pelas injustiças e de corrupções. A resposta é simples: nenhum de nós é ético o suficiente para poder gritar contra os contraventores.

Acabou a Copa, talvez com vitória talvez sem - o que espero ardentemente - e na tv começam os horários eleitorais.
E como Nelson Rodrigues já dizia, "os idiotas são maioria", a democracia brasileira se exercerá em outubro, em meio à rixas de politicagem, egocentrismos acrescidos de plena - mas não convicta  -burrice, pela a escolha de dois da pior estirpe humana para governar o país: um ladrão bêbado e um imbecil orgulhoso de ser. 
Quando comecei a votar, acreditava que tanto fazia quem era o presidente. Ele (ou ela ) era fantoche de empresários riquíssimos que comendavam de fato o país. Não mudei, só agora sei que os fantoches também abusam da "autoridade", mais do que deveriam - tudo com pompa de "justos" e "pelo bem comum".
Em novembro não vou esquentar a cabeça em escolher tomar cicuta com guaraná ou arsênico com Coca-cola. Vou dar o meu voto para aquele em que confio à 13 anos: o Gasparzinho.
Não quero deitar na cama e pensar que eu fui uma das responsáveis para manter crimes de corrupção acontecendo no país. Mas não penso que vou dormir tranquila: terei muita raiva dos que gritam por democracia - a escolha da maioria - e acham que estão fazendo um bem.
Já escrevi o que Nelson Rodrigues dizia, não é? Então está certo.

Após essa absurda "escolha" eleitoral, travestida de "menos pior" ou "resposta do povo", virá o dezembro com os preparativos de Natal e aquela bobagem do espírito natalino podendo unir pessoas que brigam o ano sob a visão de que "a coisa já está ruim, assim só pioramos". Todos se unem para comer comidas gostosas, reclamar de uvas passas e dizer que está comendo/bebendo agora, mas em janeiro emagrece ou para de beber até refrigerante. Promessas vazias. 
Não dá uma semana de tédio e todos caímos na bobagem do Ano Novo com desejos de todos os tipos para 2019, sair do emprego por algo melhor, se endividar com um luxo que não cabe no orçamento (mas quer, porque quer), tomar decisões que serão para a vida toda, mas que na hora, não pensa direito e age por impulso. E é claro: festar, "sextar" e não ter nada para contar de útil no fim daquele ano de novo.

Minto? Dessa vez não. 

Eis a maioria brasileira. Eu diria que quem realmente gasta (sim, gasta, eu admito que é um gasto inútil, muitas vezes) tempo em ler meus textos, não escorrega tanto nas decisões assim. Se faz festa e bebe, não fica de papo molenga de que vai mudar ano seguinte. Faz porque acha que deve, mas não está afundando em bobagens. Tem o mínimo de discernimento sobre as opções presidenciais que temos em nossa disposição e pode até fazer como eu, e votar no Gasper. Mesmo se não fizer, não vou julgar. Terá motivos. E se teve, aviso que vai ter que engolir seco quando perceber que até o teu bolso está a reclamar.
E desejo sim, que todos - até os que vão votar no Lula por burrice e no Bolsonaro por teimosia (e o contrário, teimosia para o primeiro e burrice para o segundo também é válido) - que tenham um bom ano. Pois gente infeliz é gente chata e gente que finge ser feliz também é. E disso, já estamos lotados até a borda. Mais um pingo de chatice alheia, vou ficar mais ranzinza do que já estou. 

Aos que aqui passam um tempo, quero que tudo que vocês investirem e empenharem, renda frutos. A felicidade ainda que momentânea, é prazerosa. Mas busquem essas alegrias dentro dos limites dos seus deveres, não dos direitos. Todo mundo agora quer ter direitos, mas se esquecem dos seus deveres. As vezes, eles é que são os meios para se alcançar o que deseja. O plantio é opcional, a colheita, não. 

Eu não vou fazer planos para 2018. Não vou dizer que quero bater minhas metas de livros lidos por ano. Não vou dizer que quero uma F1 competitiva e com a vitória de pilotos que eu tenho apreço. Não direi que quero que meu time da NFL vá para playoffs, muito menos que quero colocar em dia todas as séries que acompanho, assistir à muitos filmes legais no cinema ou comprar cds de bandas favoritas à bom preço. 
Não vou esperar por um emprego qualquer que seja para ter o meu dinheiro - já tive o gosto do emprego qualquer e não me senti feliz, muito pelo contrário. Não vou dizer que vou lutar para estudar e passar em um concurso que me dê estabilidade. Não vou escrever aqui que faço doutorado a qualquer custo em 2019 e que 2018 vai servir para formular essa etapa da minha carreira acadêmica - inconclusa não por escolha.
Cansei de colocar expectativa nas coisas que depende de terceiros para dar certo. Os "burro-cratas", digo, os burocratas. Eles não sabem de nada e sabotam as nossas vontades sem aviso prévio.
Não sei mais distinguir o que quero do que necessito, então, não há santo que ouvirá meus pedidos em trocas de sacrifícios. Posso rezar por paz e tranquilidade. Por silêncio, talvez. Não acho que santidades e divindades gostem de sacrifícios. Deus e santos não podem ser mercado: "se me der tal graça, eu subo escadarias de joelhos"... Não, não... Isso não pode estar certo.

Sem expectativas, vou cair menos e ter menos hematomas. Que venha 2018!



Abraços afáveis!

PS: Votem na Corrente Musical de A a Z que irá abrir o ano de 2018 dia 3 de janeiro. The Beatles está com 3 votos e The Rolling Stones está com 2. Abrações e boas festas (e juízooo!)

Comentários

carlos disse…
Desejo um prospero e feliz Ano Novo, um excelente texto para refletir e corrigir os erros que acontecem ao decorrer do ano.
Manu disse…
Obrigada Carlos, desejo um 2018 ótimo para vc e todos os seus!

Abs!

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