Sonífera Ilha


Sozinha numa ilha. 
Várias vezes me vi, metaforicamente, sozinha numa ilha. Talvez num sentido bem mais positivo do que possa parecer, ou seja, não no sentido de isolar-se, mas necessariamente, o significado do "indo contra a maré" da corrente de pensamento sobre vários assuntos que pipocam por aí.
Em 2017 então, nem se fala. 
Se nos anos anteriores eu sentia como um estrangeiro no meio de tanta gente disposta à expor suas piores opiniões sobre as coisas sem medo de estarem falando besteiras bem grandes, não posso dizer que em algum ponto, seja qual for a temática, a coisa tenha melhorado neste ano. A tendência é piorar cada vez mais.
Não vou entrar no mérito da questões políticas, socio-econômicas. Basta ser um pouco mais observador para percebemos que vivemos tempos bem irritantes, com uma necessidade grandíssima de impor ideias por base de rasas teorias, que transformam quem tem um pouco mais de vontade de pensar antes de expor, em verdadeiros ETs preguiçosos e desgostosos em conversar.

ETs estes que preciso encontrar e montar com eles, uma sede, um clubinho. Caso contrário, seguirei na minha "sonífera ilha", que de vantajoso - como diz na letra - sossega e enche de luz.  

Destaquei duas situações - fúteis e esportivas - desta semana para perceber, mais uma vez que, já que já falei da minha ilha particular, que sigo nela, já planejando plantar umas árvores frutíferas e hortaliças, e quem sabe, logo, uma casa com tv, um som com cds e livros para me ocupar.
As duas notícias se pautam no seguinte: uma, a decisão do headcoach do Denver Broncos em por Trevor Siemian como starter quarterback para a temporada 2017/2018. A segunda, a de hoje: o contrato de mais um ano com Kimi Räikkönen na Ferrari, na F1. 
Sendo torcedora do Broncos e fã do Kimi por mais de 15 anos, posso dizer que é algo estranho estar feliz com as duas situações. E o que é pior, estar sozinha nessa.

A turma que é fã do Broncos a mais tempo do que eu está bem dividida. Em boa parte deles, eu nem arriscaria dizer que estão errados em aceitar fácil decisões que ainda podem ser incertas. Eles, sabem o que é estar com um bom time com larguíssimas chances de SB. Eu cheguei a ser torcedora quando Peyton Manning estava no primeiro ano do time e já era um QB de respeito e números. Estar na sensação incerta do arriscar para reformular? Bem, eu sou novata e ignorante.
Mas, de um todo, tive muita segurança e gosto pelo substituto do Manning após a aposentadoria: Trevor Siemian conquistou minha confiança ano passado. Mas logo teria gente contra. 
Seja futebol americano, seja futebol convencional, ou que seja qual outro esporte de equipe, aquele cara que está sempre em evidência é o culpado quando a vaca vai para o brejo. E Trevor, pela sua sutil frieza ou excesso de calma foi dado - por parte de muitos - como o vilão de todo o processo ruim na qual o time passou ano passado. Não era a OL que era ruim, mas Trevor que era lento. No caso, queriam Paxton Lynch a qualquer custo - mesmo que fosse inexperiente. 
E as discussões foram, foram, foram... 
Havia quem achasse que Paxton ia trazer o SB de 2018. A conclusão veio, com Vance Joseph nomeando Trevor starter, com base no rendimento mais consistente que o outro, nos processos de treino e jogos de pré-temporada. que o outro. Novamente, aquelas histórias de "draftar um cara para deixar no banco" que durou praticamente o começo de ano inteiro ressurgiu, com frases do tipo "isso é burrice!".
E eu, silenciei grupos, li o essencial sobre, ignorei opiniões. Sabichões e Mães Dinahs, cansam e gastam nossa paciência de uma forma que a gente não pode mais se dar ao luxo de dedicar tempo.
Estou feliz com a escolha e satisfeita que tenha sido Trevor o melhor do training camp e pre season. Fim de papo.

De forma um pouco mais desagradável acontece ao fato de Räikkönen se prestar mais um ano a ser piloto da Ferrari, mesmo depois de ser "forçado" a agir como escudeiro de Sebastian Vettel.  Fãs de Kimi estão desgostosos, em sua maioria, por pensar que, por mais um ano, seguramente, a Ferrari colocará Kimi como segunda opção. Estão com sentimentos agridoces: Kimi fica, mas fica na "sofrência". 
Coloco a palavra "forçado" a ser escudeiro entre aspas propositalmente. Eu não tenho sentimento agridoce nem amargo sobre a sua permanência na F1 por mais um ano, ainda que seja na Ferrari - equipe que desgosto, mas que não faço mais dramas com as atitudes tomadas à pelo menos, um ano. Quem sabe, sabe: não adianta ficar surtando contra a equipe que sempre foi teimosa e toda orgulhosa. Mas como disse, acompanho Kimi já faz um tempo bom, e não só quando ele foi campeão mundial. Sinto uma mega falta do Kimi mais novo, que tinha um vigor pelas coisas e uma vontade de disputa mais agressiva, mas como tudo e todos, Kimi também mudou. Ele ainda é o piloto que me fez acordar todo domingo cedo, e apesar das faltas causadas por inconstâncias de carro ou incompetência da equipe, não dá mais para dizer que até ele, O Homem de Gelo, não teria seus rompantes de desmotivação. Que atire a primeira pedra, a criatura mais feliz do universo que não levantou um dia da cama com vontade de ficar nela e não ir trabalhar, com aquele chefe chato que faz tudo errado. 
Com isso em mente, e sabendo um pouco do que é ser "forçada" a fazer algo que não quer, e acabar desistindo, creio, fielmente que Kimi não está tão incomodado assim, caso contrário, não teria aceitado propostas. Obviamente, a escolha envolve contrato e dinheiro, por consequência. Todavia nem eu, nem os relógios trabalham de graça. Se Kimi aceitou, mais um ano, significa que está satisfeito e ainda quer continuar e vai receber por isso.  Até que ele faça algo alguma coisa bem bizarra da qual eu desaprove, seguirei sendo admiradora de seu profissionalismo.  Sendo segundo piloto ou não, quero ver ele fazendo o trabalho da qual ele se propôs a fazer, e não sendo um falastrão frouxo como muitos daquele paddock. 
E é fim de papo? Espero que sim. 

Abraços afáveis!

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